Introdução: Na sequência do estudo das promessas de Deus, estudaremos a promessa de um coração novo. Deus nos promete que, em Cristo, seremos uma nova criatura.
I – A
CRIAÇÃO E O PECADO Na sequência do estudo das
promessas de Deus, estudaremos a promessa de um coração novo.
Para bem analisarmos esta
promessa, faz-se preciso reportar-nos à criação de todas as coisas. A narrativa
da criação, no livro de Gênesis, mostra-nos que o homem foi posto como o administrador
da criação terrena Gn.1.26-28.
Na condição de administrador da
criação terrena, o homem foi feito o único ser que, simultaneamente, era
material e espiritual. Enquanto Deus e os anjos eram espírito e o restante da
criação terrena meramente material, o homem era corpo, alma e espírito.
O homem era, pois, o elo entre a
criação terrena e o Criador, tendo, por isso mesmo, ao mesmo tempo que foi
feita a criação natural, uma criação moral, com princípios éticos que deveriam
ser observados pelo ser humano, enquanto mordomo, o servo principal da criação
sobre a face da Terra.
O homem foi criado à imagem e semelhança de
Deus Gn.1.26 e tal circunstância significa que foi criado como um
reflexo de Deus, ou seja, um ser dotado de espiritualidade, moralidade,
santidade e domínio sobre a criação.
O homem foi formado “alma vivente”
Gn.2.7 e, como tal, era sem pecado e reto Ec.7.29.
No entanto, ao pecar, esta imagem
e semelhança de Deus foi deformada, pois o pecado retirou do homem a santidade
e a sua natureza se modificou, corrompeu-se, degenerou, assim como ocorrera com
o querubim ungido e os anjos que o seguiram em sua rebelião contra Deus na
eternidade passada.
O querubim ungido que é descrito
como “estrela da manhã, filha da alva” Is.14.12, numa alusão ao seu brilho
decorrente da circunstância de refletir a glória divina, que era tido como
“aferidor da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura” Ez.28.12, ao
pecar, tornou-se um “renovo abominável, uma veste de mortos atravessados à
espada, um que desce ao covil de pedras, corpo morto e pisado” Is.14.19,20, “cinza
sobre a terra, consumido pelo fogo divino” Ez.28.18).
Com o homem, não foi
diferente. Ao pecar, teve a
imagem e semelhança de Deus deformada, o que costumamos denominar de “natureza
decaída” ou “natureza adâmica”, uma vez que os descendentes de Adão são ditos serem da “imagem e
semelhança de Adão” Gn.5.3).
Como diz a Declaração de Fé das
Assembleias de Deus: “…Adão não foi criado impecável nem pecaminoso, mas, sim,
perfeito: ‘Deus fez ao homem reto, mas ele buscou muitas invenções’ Ec.7.29.
Deus dotou Adão do livre-arbítrio, com o qual ele era capaz tanto de obedecer
quanto de desobedecer ao Criador Gn.2.16,17. Ele escolheu desobedecer a Deus, e
a sua queda arruinou toda a humanidade, distanciando-a de Deus: ‘Porque todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus’ Rm.3.23. A iniquidade de Adão, a
qual nós chamamos de pecado original, contaminou toda a raça humana; em
consequência disso, a humanidade tornou-se universal e totalmente degenerada,
pois todos os seus descendentes nascem em pecado Rm.5.12; todos nascemos em
transgressão Sl.51.5. …” (DFAD IX.4, pp.99-100).
Entretanto, se, na modificação da
natureza do diabo e de seus anjos, a sentença divina foi a de lançamento no
inferno, no mais profundo do abismo Is.14.16, a de perecimento fora do monte de
Deus entre pedras afogueadas Ez.28.16, para surpresa do próprio Satanás, com o
homem não houve tal sentença.
Fonte: PORTAL DA EBD.