quinta-feira, 24 de outubro de 2024

LIÇÃO 03 4 TRIMESTRE 2024 PROMESSA E OBEDIENCIA

Introdução: Para Deus, a obediência à sua Palavra e aos seus mandamentos é a condição indispensável para o cumprimento das suas promessas a pessoas, ao seu povo e à sua Igreja. Desde que Deus criou o homem à sua imagem conforme a sua semelhança no Éden (Gn 1.26-28), existe a terrível tendência, no ser criado, à prática da desobediência. Os primeiros seres humanos, Adão e Eva, tinham ao seu dispor todas as coisas indispensáveis para viverem felizes e eternamente. Muitas pessoas têm ideias falsas sobre o trágico acontecimento que envolveu o homem no Paraíso. Há quem afirme que jamais houve tal fato, querendo insinuar que a narrativa bíblica sobre a Queda não passa de uma lenda. Lamentavelmente, entre esses incrédulos, estão incluídos muitos dos que se dizem religiosos. Entretanto, a Bíblia, a Palavra de Deus, que é a verdade (Jo 17.17), afirma-nos que a harmonia do Paraíso foi alterada quando o Diabo, um antigo querubim que se rebelou contra Deus, foi lançado dos céus a terra e certamente resolveu atacar por vingança a obra-prima da mão de Deus: o homem. A causa eficiente para a Queda, no entanto, surgiu no meio do próprio casal. A mulher, Eva, ao invés de ter-se firmado de acordo com a voz de Deus, resolveu, usando o seu livre-arbítrio, dar ouvidos à voz do Inimigo, pecando contra o Senhor. Na sua bondade, Deus deu o direito e a liberdade de o homem apropriar-se de todos os frutos do Jardim, exceto dos que produzisse a árvore da ciência do bem e do mal (Gn 2.16,17). O homem, porém, desprezou a bênção de Deus em cada árvore, em cada fruto e em cada folha e resolveu dar ouvidos a outra voz. O Diabo enganou a mulher, dando-lhe a entender que poderia desobedecer a Deus sem sofrer as consequências do pecado. Eva foi enganada pela sua própria concupiscência (cf. Tg 1.14b). Satanás fez do “amargo”, “doce”, e do “doce”, “amargo” (cf. Is 5.20). E a mulher compartilhou o pecado com o seu marido, e ambos caíram, perdendo a “imagem” e “semelhança” originais do Criador. A perda da obediência a Deus causou terrível tragédia não só para o primeiro casal, mas para a natureza e todos os seus descendentes. Ao pecarem, criaram condições espirituais que comprometeram todos os habitantes da terra (ver Rm 5.12-14). Dessa forma, para não continuar sofrendo as consequências do pecado pela desobediência, só através da obediência consciente, por amor a Deus e à sua palavra, o ser humano pode ser beneficiado pelas bênçãos e promessas concedidas pelo Senhor. Neste capítulo, tomamos por base as promessas de Deus a Israel, que são referência para quem deseja ser agraciado com o cumprimento do Senhor.

I- OBEDIÊNCIA NO ANTIGO TESTAMENTO. No livro de Êxodo, vemos que o povo de Israel fora libertado da escravidão do Egito. A caminho de Canaã, a Terra Prometida, Deus falou do seu povo de modo muito solene, acerca de como deveriam comportar-se diante da sua presença. Por volta do ano 1491 a.C., o Senhor declarou ao povo as suas leis, testemunhos e juízos e fez-lhes promessas condicionais à sua obediência. Tais bênçãos não são as únicas. Em outros trechos da Bíblia, vemos Deus prometendo bênçãos de saúde ao seu povo com a condição de que lhe obedeçam fielmente (Sl 103.3; 105.37; 107.20, dentre outros).

1-     O CONCERTO DE HOREBE. O Concerto feito por Deus I com o povo de Israel, no deserto de Horebe (Dt 29.1; Êx 19), era uma reafirmação das promessas que Ele havia feito a Abraão e seus descendentes (Gn 12.1-3; 22.8). No deserto do Horebe (também denominado de “ Sinai” ) ficou patente que 0 concerto divino exigia santa obediência do povo para que fosse bem-sucedido entre as nações: “ se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes o meu concerto, então, sereis minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é m inha” (Êx 19.5). Pela santa obediência, o povo seria “um reino sacerdotal”, um “povo santo” (Êx 19.6). A nação de Israel deveria obedecer aos mandamentos do Senhor para viver as promessas em toda a sua peregrinação no deserto (Êx 20.1-17).

2-     O CONCERTO NAS CAMPINAS DE MOABE. Muitos anos se passaram depois do Concerto de Horebe (Êx 19), e a maioria dos peregrinos havia perecido no deserto. Então, Moisés reuniu novamente o povo, agora nas campinas de Moabe, pois uma nova geração estava prestes a entrar na Terra Prometida: “Estas são as palavras do Concerto que 0 Senhor ordenou a Moisés, na terra de Moabe, que fizesse com os filhos de Israel, além do concerto que fizera com eles em Horebe” (Dt 29.1). A exposição básica desse Concerto pode ser vista em Deuteronômio 4 a 26.19, bem como sua ênfase nas bênçãos e maldições dos capítulos 27 a 30 do mesmo livro. Tudo nesse Concerto dependeria da fidelidade do povo de Israel aos mandamentos divinos.

3-     AS PROMESSAS PROVENIENTES DA OBEDIÊNCIA. O Concerto de Moabe mostra uma lista de promessas que seriam proferidas no Monte Gerizim: bênçãos no campo, na cidade, na procriação, na vida doméstica, ao entrar e sair da terra (Dt 28.1-14). Em toda a área da vida dos judeus, as bênçãos divinas seriam derramadas como consequência da obediência aos mandamentos divinos estabelecidos nos concertos proferidos por Moisés. Também é verdade que as maldições seriam proferidas do Monte Ebal como consequências da desobediência aos mandamentos do Senhor (Dt 27.11- 26). Portanto, no Antigo Testamento, vemos que a obediência tinha uma relação direta ao cumprimento de uma promessa na vida do povo de Israel.

4-     PROMESSAS DE PROTEÇÃO A ISRAEL. Diante da longa jornada, que durou cerca de 40 anos, desde o Egito até Canaã, os israelitas eram cerca de 3 milhões de pessoas, incluindo idosos, adultos, jovens e crianças, homens e mulheres. Esse cálculo deve-se ao fato de a Bíblia dizer que havia 600 mil “homens de pé” (Êx 12.37). Como cada homem podia ter mais de uma esposa, com as quais teria vários filhos, podemos supor uma média de cinco filhos por família. Na travessia pelo deserto do Sinai, precisavam muito de proteção, pois haveriam de encontrar diversos inimigos na sua jornada (ver Êx 23.20-22).

5-     PROMESSA DE BÊNÇÃOS, SAÚDE E LONGEVIDADE. Condicionado à obediência e a resguardar “todos os seus estatutos”, Deus prometeu um verdadeiro plano de saúde divino para o seu povo.Em circunstâncias tão adversas e em meio a uma longa caminhada, não havia qualquer tipo de programa de saúde, assistência médica ou hospitalar, jamais imaginadas por eles. O Senhor, porém, cuidou de tudo (ver Êx 15.26). Deus apresentou-se como o Jeová Rafá, “O Senhor que Sara”. O Senhor também prometeu alimento e cuidado com a saúde da mulher (Êx 23.25,26). Imaginemos um povo numeroso, tão grande quanto a população do Egito, de onde foram libertos, levando água limitada e alimentos que receberam dos seus vizinhos, em pleno deserto, sem qualquer sistema de conservação alimentar, mas Deus prometeu abençoar o seu alimento e a sua água em condições perfeitamente saudáveis.

II- A OBEDIÊNCIA NO NOVO TESTAMENTO.

1-     UM NOVO CONCERTO. Hebreus 8 apresenta aspectos do Antigo Concerto, mostrando 0 quanto eles apontam para 0 perfeito ministério do Senhor Jesus. Ali, vemos que 0 relacionamento entre Deus e 0 seu povo se dava por meio de uma fé manifesta pela obediência aos mandamentos da Lei e à observação ao sistema de sacrifício do Antigo Testamento. Contudo, o profeta Jeremias profetizou que chegaria 0 momento em que Deus instituiria um novo Pacto e que sua Lei se estabeleceria no interior da pessoa, isto é, no coração: “Mas este é 0 concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz 0 Senhor: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei 0 seu Deus, e eles serão 0 meu povo” (Jr 31.33; cf. Hb 8.8-12).

2-     JESUS CRISTO, O MEDIADOR. O Senhor Jesus é o mediador que estabelece o Novo Concerto, 0 Novo Pacto profetizado pelo profeta Jeremias (Hb 8.10). Em vista disso, podemos afirmar que 0 Novo Pacto é uma promessa de graça e amor de Deus aos que 0 respondem com arrependimento e fé à oferta de Salvação. Assim, 0 relacionamento de obediência entre 0 salvo e Deus se dá nos termos do Novo Concerto, em que 0 Senhor Jesus é o verdadeiro mediador (1 Tm 2.5).

3-     OBEDIÊNCIA DO NOVO CONCERTO. Os ensinos do Novo Testamento mostram que fé e obediência andam lado a lado. Nosso Senhor ensinou: “Se me amardes, guardareis os meus m andamentos” (Jo 14.15). Essa expressão “guardareis” também pode ser substituída por “obedecereis”. Isso significa que o nosso amor pelo Salvador, que foi primeiramente obediente ao Pai (Fp 2.8), não pode ser apenas de palavras, mas em atos de obediência (At 26.19). Dessa forma, podemos desfrutar de bênçãos espirituais provenientes de uma vida de obediência a Deus e sua Palavra.

 III- O PERIGO DA DESOBEDIÊNCIA A DEUS. A obediência a Deus traz grandes bênçãos para todos os seus servos, que o amam e têm prazer em cumprir os seus mandamentos, exortações e recomendações constantes da sua santa Palavra. No entanto, quando as pessoas resolvem desobedecer à vontade do Senhor, são grandes e terríveis os resultados dessa decisão. Em Deuteronômio 28.15-68, estão todas as maldições que acometerão todos os que, deliberadamente, resolverem desobedecer a Deus. Em lugar de bênçãos, haverá castigos e maldições sobre os que deixarem de fazer a vontade do Senhor.

1-     EM LUGAR DE BÊNÇÃOS, HAVERÁ MALDIÇÕES. Diz o texto bíblico: “Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, para não cuidares em fazer todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então, sobre ti virão todas estas maldições e te alcançarão: Maldito serás tu na cidade e maldito serás no campo. Maldito o teu cesto e a tua amassadeira. Maldito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e a criação das tuas vacas, e os rebanhos das tuas ovelhas. Maldito serás ao entrares e maldito serás ao saíres. O Senhor mandará sobre ti a maldição, a turbação e a perdição em tudo que puseres a tua mão para fazer, até que sejas destruído e até que repentinamente pereças, por causa da maldade das tuas obras, com que me deixaste. O Senhor te fará pegar a pestilência, até que te consuma da terra, a qual passas a possuir” (Dt 28.15-21).

2-     CASTIGOS E CATIVEIRO SÃO PREVISTOS. Outras terríveis maldições são previstas por Deus até o fim deste capítulo. “E todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído; porquanto não haverás dado ouvidos à voz do Senhor, teu Deus, para guardar os seus mandamentos e os seus estatutos, que te tem ordenado. E serão entre ti por sinal e por maravilha, como também entre a tua semente, para sempre [...]. O Senhor levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra, que voa como a águia, nação cuja língua não entenderás; nação feroz de rosto, que não atentará para o rosto do velho, nem se apiedará do moço” (Dt 28.45,46,49,50).

3-     DESTRUIÇÃO E DISPERSÃO. “E será que, assim como o Senhor se deleitava em vós, em fazer-vos bem e multiplicar-vos, assim o Senhor se deleitará em destruir-vos e consumir-vos; e desarraigados sereis da terra, a qual passas a possuir. E o Senhor vos espalhará entre todos os povos, desde uma extremidade da terra até à outra extremidade da terra; e ali servirás a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais; servirás à madeira e à pedra” (Dt 28.63,64).

IV- BÊNÇÃOS PROVENIENTES DA OBEDIÊNCIA A CRISTO.

1-     BÊNÇÃOS ESPIRITUAIS. No Novo Testamento, é o Espírito Santo que rege a vida dos que fazem parte do Novo Concerto por meio de Jesus Cristo mediante a fé (2 Co 3.4-6). Nesse contexto, aprendemos que uma vida de obediência a Cristo, mediante a obra do Espírito Santo, demanda bênçãos de natureza espiritual que abarcam todas as áreas de nossa vida: “Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo” (Rm 14-17).

2-     JUSTIÇA E PAZ. Quem obedece a Cristo vive piedosamente em sua presença e em justiça (Mt 5.6). Dessa forma, temos uma vida de retidão proveniente da fé e da obediência a Cristo, pois fomos justificados e santificados por Deus (1 Co 6.11). Então, a paz que excede todo o entendimento torna-se realidade em nós (Fp 4.7). É aquela paz de que 0 Senhor Jesus falou aos seus discípulos: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como 0 mundo a dá. Não se turbe 0 vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). Assim, a obediência a Cristo gera em nós justiça e paz em meio as turbulências do mundo.

3-     ALEGRIA NO ESPÍRITO SANTO. A alegria proveniente de uma relação com Cristo é a marca da vida de quem anda na justiça e tem a paz de Cristo. A Bíblia mostra que a alegria é um fruto do Espírito Santo (G1 5.22). Conforme nos ensinam as Escrituras, essa alegria não está condicionada aos ambientes externos da nossa vida, mas é consequência de uma vida cheia da presença do Espírito Santo. A presença do Santo Espírito enche-nos de alegria.

Conclusão: A palavra de Deus diz o que o profeta Samuel concluiu: “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros” (1 Sm 15.22). A desobediência é uma escolha, uma opção, mas as consequências são inevitáveis. Está escrito: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7, ARA). Assim, quem semear a obediência a Deus, colherá os gloriosos resultados das promessas e bênçãos dos Céus. Mas, quem optar pela prática da desobediência, com certeza, colherá muitas maldições inevitáveis para a sua vida pessoal, familiar, podendo alcançar outras pessoas. 

FONTE. PORTAL EBD


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