Introdução
Nesta lição veremos a definição da palavra “promessa”; pontuaremos a caráter
das promessas de Deus; notaremos para quem são as promessas de Deus;
destacaremos os aspectos das promessas de Deus; e por fim, relacionaremos a
diferença entre as promessas condicionais e incondicionais.
I - DEFINIÇÃO DA PALAVRA
PROMESSA
1.1 Definição do termo promessa. O dicionário Houaiss (2001, p.
2310) define promessas como: “ato ou efeito de prometer, compromisso que alguém
assume de fazer, dar ou dizer alguma coisa, ação ou efeito de prometer, de
afirmar verbalmente ou por escrito que irá fazer ou dizer alguma coisa”. As promessas
de Deus registradas nas Escrituras funcionam, em qualquer situação, particular
ou geral.
II - O CARÁTER DAS PROMESSAS DE DEUS O profeta Isaías refere-se
aos pensamentos de Deus, seus propósitos e seus caminhos como a fonte soberana
de onde se derivam todas as suas ações no seu relacionamento com o homem,
inclusive as suas promessas (Is 55.8,9). Parece uma verdade óbvia; porém, ela
implica reconhecer que o plano de Deus para a humanidade vai muito além de
nossas expectativas.
1.1 As promessas de Deus são
um ato da sua soberania. As promessas de Deus são atos de sua suprema
soberania, para cumprir seus soberanos propósitos (Is 55.11). Elas não são
receitas mágicas que o homem, a seu bel-prazer, lança mão em situações
particulares para exigir, decretar ou determinar que as coisas aconteçam a seu
modo. Ao contrário, elas estão inseridas no amplo contexto dos propósitos de
Deus para a vida humana (Is 55.8). Isto significa que devemos compreendê-las
sob a perspectiva do cumprimento desses propósitos em nossas vidas (Nm 23.19;
Is 45.21; 46.10; Sl 33.11). Filipenses 2.13 afirma que o Senhor “opera em nós o
seu querer como o seu efetuar”. Lembrando que a soberania de Deus não exclui o
livre-arbítrio do homem, dotado com a capacidade de fazer escolhas morais segundo
a própria razão.
1.2 Classes de promessas de
Deus. Certas promessas divinas são incondicionais, tais como a vinda de
Jesus (2Pd 3.4; Jo 14.3); o triunfo da Igreja sobre os poderes malignos (Mt
16.18); o julgamento dos pecadores impenitentes (Sl 9.17; At 17.30,31) etc.
Outras, porém, são condicionais em relação ao ser humano (Is 55.6,7). No texto
bíblico desta lição algumas condições foram estabelecidas:
a) buscar ao Senhor,
b) invocá-Lo,
c) deixar o caminho ímpio,
d) abandonar os pensamentos egoístas e humanos,
e) converter-se, e, por fim,
f) voltar-se exclusivamente para Deus. Os que anseiam desfrutar
das promessas divinas devem, portanto, levar em conta a observância dessas
condições, porque a parte do Eterno já foi feita (Couto, 2007).
1.2 As promessas de Deus
independem das circunstâncias. A realização das promessas de Deus não está
sujeita às circunstâncias e nem limitada pelas intervenções contrárias, seja do
homem seja do próprio Diabo, no intuito de impedir a ação de Deus (Is 43.13).
Em muitas ocasiões Satanás tentou obstar a promessa de salvação ao longo da
história, mas em todas fracassou, pois nada há que possa afastar Deus dos seus
propósitos. A correlação que Isaías faz entre os resultados dos pensamentos de
Deus e os efeitos da chuva e da neve sobre a terra (Is 55.10-13) é perfeita
para mostrar que não há caminho de volta naquilo que Deus decidiu realizar em
seu pacto com o homem (Couto, 2007).
II – PARA QUEM SÃO AS
PROMESSAS DE DEUS Tão importante quanto compreender e crer nas
promessas divinas, é saber a quem elas se destinam. Ao lermos a Bíblia, vamos
encontrar promessas para toda a humanidade; bem como, promessas específicas
para a Igreja; para Israel; e até mesmo, para determinadas pessoas. As
promessas divinas podem ser classificadas em: gerais, individuais, para a
Igreja e a Israel. Vejamos cada uma delas então:
2.1 Promessas gerais.
Algumas promessas divinas se destinam à toda a humanidade, tais como: a
promessa da fecundidade e procriação (Gn 1.28); da colheita e das estações do
ano (Gn 8.22); e a promessa da salvação (Jo 3.16; Tt 2.11). A promessa de
salvação não se limita a um povo específico (Jo 1.11,12; 3.16; 1Tm 2.3,4), nem
se restringe a um grupo de “predestinados”. Ao contrário, as Escrituras
garantem que todos podem ser graciosamente salvos desde que cumpram sua parte
no pacto da salvação, que implica crer segundo o Evangelho, arrepender-se e
aceitar a provisão redentora de Deus, em Cristo, o sacrifício no Calvário.
2.2 Promessas
individuais. Outras promessas destinam-se especificamente a algumas
pessoas, tais como: a promessa feita à Abraão, de ser pai de uma grande nação
(Gn 12.2; 17.2,4); a promessa a Zacarias, que sua esposa daria à luz, e que seu
filho seria o precursor do Messias (Lc 1.13-17); a promessa que Saulo seria o apóstolo
dos gentios (At 9.15) e tantos outros relacionados na galeria de heróis da fé
(Hb 11.1-40). Estas promessas específicas tiveram cunho particular, mesmo que
seus resultados tenham ultrapassado o próprio indivíduo. Os conceitos expressos
em cada uma dessas promessas são válidos para nós, hoje, pois Deus pode e quer
tratar conosco segundo os mesmos padrões (Lc 24.45; Rm 15.8,9; 2Co 1.20).
Devemos entender, no entanto, que, algumas promessas divinas, mesmo sendo
destinadas a pessoa ou a um grupo específico, servem-nos de exemplo, pois as
mesmas, muitas vezes, nos revelam princípios divinos (Dt 28.1-14) e por isso,
serão abençoados aqueles que obedecerem a Deus.
2.3 Promessas para a Igreja.
Existem promessas que destinam-se apenas àqueles que experimentam o novo
nascimento, tais como: a) a promessa de ser templo do Espírito Santo (Jo
14.17,23); b) a promessa do Batismo no Espírito Santo (Lc 24.49; At 2.38,39);
c) a promessa da adoção de filhos (Jo 1.12; 2Co 6.18; 1Jo 3.1,2); e, d) a
promessa do livramento da grande tribulação (Ap 3.10). Independente da nossa
origem étnica, todos os que creem no Senhor Jesus e vivem à luz do seu
Evangelho, estão sob as bênçãos dessas benditas e gloriosas promessas (1Co
12.13). 2.3 Promessas para Israel. Algumas promessas foram destinadas
especificamente para o povo hebreu, tais como:
a) a conquista da terra de Canaã (Êx 3.8; Js 1.6);
b) o retorno do cativeiro e a restauração nacional (Ez 37.1-28; Is
66.8); e,
c) a promessa de livramento futuro (Zc 12.9-11). Embora sejamos
abençoados pelo fato de a nação judaica ter desempenhado papel proeminente na
história da salvação (Jo 4.19-24), não é biblicamente correto tomar promessas
específicas de Deus para Israel, muitas das quais terão cumprimento futuro, e
aplicá-las à Igreja. iram no passado, outras estão se cumprindo nos dias
atuais, e outras, hão de se cumprir no futuro. Em se tratando das promessas
divinas, podemos confiar em sua veracidade, pois Deus, não promete com
falsidade, nem promete qualquer coisa que não possa cumprir (Is 55.11). Vejamos
o que a Bíblia nos diz sobre as promessas de Deus:
• Deus é fiel para cumprir suas promessas (Hb 10.23);
• Ele nunca se esquece de suas promessas (Sl 105.42; Lc 1.54,55);
• Suas promessas não hão de falhar (Js 23.14; Is 40.8); •
Elas se cumprem no devido tempo (Jr 33.14; At 7.7; Gl 4.4).
IV - DIFERENÇA ENTRE AS
PROMESSAS CONDICIONAIS E INCONDICIONAIS Nos dias hodiernos, muita
ênfase tem sido dada as promessas de Deus. No entanto, precisamos entender que
existem promessas condicionais e incondicionais. Vejamos:
4.1 Promessas condicionais.
São aquelas que o seu cumprimento depende da participação humana, e que estão
baseadas em determinadas condições ou pré-requisitos estabelecidos por Deus. As
promessas condicionais, geralmente, aparecem na Bíblia com a conjunção “se”.
Vejamos alguns exemplos:
• “Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e
guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre
todos os povos, porque toda a terra é minha” (Êx 19.5).
• “E será que, se ouvires a voz do SENHOR teu Deus, tendo cuidado
de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o SENHOR teu Deus
te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre
ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do SENHOR teu Deus” (Dt 28.1,2).
• “E se o meu povo, que se
chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter
dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados,
e sararei a sua terra” (2Cr 7.14).
·
“Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração
creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10.9).
4.2 Promessas
incondicionais. As promessas incondicionais são aquelas que independem da
participação humana, ou seja, que dependem unicamente da soberania de Deus para
a sua realização, tais como:
a)
A promessa do Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.17; Hb 9.28);
b)
A promessa da Ressurreição dos mortos (1Co 15; 1Ts 4.16);
c)
A promessa da Vida Eterna (Jo 3.16,36; 1Jo 2.25).
Conclusão
As promessas de Deus asseguram-nos que Ele sempre cuida de nós em quaisquer
circunstâncias. Ao mesmo tempo, precisamos compreender que essas promessas
acham-se vinculadas a um pacto, no qual há cláusulas a serem observadas por
nós. Deus faz a sua parte. Ele espera que façamos a nossa e que entendamos suas
promessas à luz de sua soberania.
REFERÊNCIAS
· STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995.
· WIERSBE,
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. GEOGRÁFICA, 2015.
· COUTO,
Geremias do. As promessas de Deus para a sua vida. Lição 1: O caráter das
promessas de Deus. CPAD, 2007.
· HORTON, S.
[Ed.]. Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. CPAD, 1996. ·
RHODES, Ron. O Livro Completo das Promessas Bíblicas. CPAD, 2012.
FONTE : PORTAL EBD
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