sábado, 18 de março de 2023

É O FIM DOS USOS E COSTUMES NA ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL?

AUTOR:DR. Pr. Reverson
 Cem anos se passaram e a Igreja Evangélica Assembleia de Deus se tornou a maior denominação evangélica no Brasil, enquanto, com sua expressiva contribuição, o Brasil se tornou a maior nação pentecostal do mundo.

Em tempos hodiernos, onde a mudança cultural influencia cada vez mais a nossa denominação, trazendo confusão açodada pelo desencontro de gerações, se faz necessário um resgate histórico do manequim que colocou a Assembleia de Deus na vitrine das maiores religiões pentecostais do nosso país. 

Não podemos incorrer no erro pueril de avaliar padrões passados sob o prisma da mentalidade atual, sob pena de cometermos graves injustiças.

Longe de defender que a salvação seja conquistada por obras ou que a vestimenta implique na salvação, no caso da Assembleia de Deus, não podemos ignorar que esta sempre foi uma importante marca da denominação no contexto histórico.

Sim, talvez alguns excessos tenham sido cometidos, mas nada pode invalidar a essência de seus costumes: manter a pureza e a moralidade de seus membros, mediante os quais construíram a sua própria identidade.

É hora de revisitarmos os fundamentos de tais costumes em seu exato contexto para não sermos levianos como os neófitos que entraram para a Assembleia de Deus ontem e a partir dos paradigmas pós-modernos julgam a Igreja como antiquada e adepta de usos e costumes obsoletos.

Em meio a geração dos questionamentos você já se perguntou, por exemplo, de onde partiu o fundamento para os trajes na Assembleia de Deus? Por que derrubar a casa se não conhecemos os seus fundamentos? Se não lançamos os fundamentos, não nos parece lícito demolir a casa!

Para os homens a influência veio dos suecos que a fundaram, visto que oriundos de um país de clima frio, acabaram duplicando a indumentária da camisa manga longa, calça e blazer. 

Já para as mulheres, apesar de sempre estar presente a preocupação da Assembleia de Deus com a modéstia nas roupas, a primeira norma documentada estabelecida pela Igreja no Brasil, veio com o advento da Resolução de Santo André, nos idos de 1975, década em que eclodiram os movimentos feministas, nos quais se buscavam a liberalização de condutas, como a independência financeira, sexual e religiosa dentre outras.

Ou seja, o que motivou a Igreja naquele primeiro momento não foi a imposição de dogmas religiosos que o povo não pudesse carregar, mas o resguardo da pureza de seus membros, diante daquela intensa revolução cultural, impedindo que uma avalanche de padrões mundanos e liberalismos invadissem a Igreja.

Tais regras se prestaram não apenas a proteger a Igreja, naquela época, mas a configurar uma identidade de obediência aos ensinamentos bíblicos e doutrinas da igreja, cujo método se assemelha aos decretos editados pelos apóstolos em Jerusalém que eram observados pelo Apóstolo Paulo e Timóteo, de cidade em cidade, conservando uma espécie de unidade que permitia o crescimento da Igreja (At. 16:4,5).

Assim, não parece que removendo os rudimentos antigos conseguiremos avançar com o crescimento da igreja, mas quem sabe colhendo deles as lições aplicáveis ao presente, sobretudo a que diz respeito à unidade.

Considerando que os usos e bons costumes sempre foram um traço marcante da Assembleia de Deus, a sua extinção tornaria mais difícil a sua distinção de outras denominações pentecostais, o que a tornaria incapaz de justificar a permanência de um membro em sua denominação, em detrimento de outra.

Se a liberação dos bons costumes e a quebra de padrões e estereótipos, aclamada por algumas alas da denominação vai significar um avanço, ainda não sabemos, mas que teremos a colheita merecida, isso é inegável.

Abolindo os usos e costumes, a Assembleia de Deus poderá ganhar muitos membros, mas certamente perderá a sua identidade no meio de tantas denominações evangélicas no país.

O tempo passa e as culturas mudam, mas um povo sem identidade é um povo fadado a extinção.

Não podemos esquecer da lição sempre atual de que um povo sem passado é um povo sem futuro! 

Autor: Pr. Reverson Cleverson Farias Silva (Membro da Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Itabaiana/SE – Bacharel em Direito pela Unicap – Advogado militante). Enviado pelo próprio.



 

8 comentários:

Gilberto disse...

A paz do senhor Jesus, meu amado pastor.
Gostei do seu artigo. Parabéns!

Anônimo disse...

Não deve ser mudado nada,temos que manter o que estudamos desde o princípio

Anônimo disse...

A paz do Senhor.
Bem escrito o artigo, esclareceu algumas dúvidas, porém, surgiram outras... e aqui te faço uma pergunta? O argumento para sustentar os usos e costumes das assembleias de Deus se resume a se distinguir de outras denominações apenas? (Dúvida sincera) elas cumpriram obviamente o seu papel no passado ( com exageros como voce mesmo reconhece) mas e hoje? O papel dos usos é costumes se resume a tradição? Distinção de outras denominações? Me parece vago e sem sentido.

Anônimo disse...

Eu creio que o termo certo é que somos templo e morada do Espírito Santo e dessa forma eu não me visto ou uso coisas que fazem eu ser igual ao mundo... quando eu entrego a minha vida a Jesus eu me torno uma nova criatura, eu me visto diferente, falo diferente e penso diferente... temos que entender que o mundo já é do inimigo... a assembleia de Deus era uma referência e povo separado e demonstrava isso pelas suas vestimenta então é hora de voltarmos aos bons costumes e fazer a diferença porque fomos chamados pra ser luz do mundo.

Anônimo disse...

Concordo com tudo amém.

Anônimo disse...

Nossa identidade é Cristo, o Espírito Santo é quem deve ditar o que usamos, pois ele nos constrange em tudo o que devemos fazer. Enquanto temos uso e costumes impostos por normas religiosas, vemos uma igreja que tem uma quantidade de pessoas vestidas de forma direcionada, mas a língua destaca mais que as roupas, a postura não condiz com a doutrina de Jesus

Anônimo disse...

Onde está o pegado em ver tv cinema praia Shopping, Deus quer que sejamos felizes estamos aqui só de passagem quanta ignorancia não é isso que faz os valores do ser humano e sim o que ele tem de bondade para o proximo

Anônimo disse...

Senhores bom dia!!!
Com todo respeito eu sei de muitas pessoas que gostariam de participar e conhecer melhor a Assembléia de Deus, más por imposições que ao meu ver é um absurdo empleno século 21em que se emprega igualdade de direitos essa igreja proibe uma mulher de ser e vestir o que ela quise.
Vocês precisam colocar pessoas sejam homens ou mulheres com uma visão atual e entender que o verdadeiro cristianismo não está nas vestimentas, bora lá deixar tudo isso no passado, coloquem mulheres para ocupar cargos de relevância na administração dessa igreja.