sexta-feira, 18 de novembro de 2022

DESIGREJADOS


 DC. RAFAEL PESSANHA
“Desigrejados” ou “dissidentes” são termos modernos e populares utilizados pela comunidade cristã para definir um grupo de cristãos que outrora eram frequentadores dos cultos ordinários e tradicionais em templos, e, devido a influência virtual de alguns líderes anárquicos que, pregam contra a existência de um templo, acabaram por se rebelar e decidiram congregar em casa em vez de frequentar os templos religiosos, criando uma espécie de “templofobia”. Geralmente essas pessoas se tornam amargas e acabam se rebelando também contra o dízimo, contra a autoridade da liderança pastoral e coisas do tipo. É compreensível que algumas pessoas carreguem consigo decepções com certas lideranças avarentas que investem mais no prédio da congregação do que nas vidas que estão lá dentro. Infelizmente vivemos numa geração onde muitos pastores são “cães gulosos” interessados na “lã das ovelhas”, em vez do Reino de D’US, e devido a isso acabam envergonhando o Evangelho de Cristo e gerando revolta nos mais fracos, que, vão se afastar da igreja, mas não irão conseguir se afastar da vida religiosa, da bíblia e de uma rotina cristã, e como já era de se esperar, os que agora se encontram afastados do convívio congregacional irão agora procurar argumentos bíblicos para respaldar as suas novas ideologias. Tais ideologias são mais do que raciocínios criados para justificar as suas frustrações com a religião, eles são na verdade arrotos de arrogância e dores de sua alma ferida devido a experiência dolorosa com a congregação. Ora, sabemos que todo bom crente já se decepcionou algum dia com a sua liderança, afinal, qualquer convívio social ou comunitário, seja ele religioso, acadêmico, profissional, familiar ou de qualquer outro nicho, irá gerar problemas relacionais. O que não podemos fazer é deixar que a mágoa e a decepção norteiem a nossa Teologia. O que não de acontecer de modo nenhum é querermos fazer interpretações bíblicas com base em nossas feridas da alma, afinal, mágoas, ressentimentos e decepções não são ferramentas exegéticas, por isso, mesmo um bom exegeta, se estiver magoado pode ter as suas habilidades prejudicadas, afinal, a tentação para torcer um texto e utilizar como arma apontada para o líder que o magoou é muito grande, e infelizmente é isso que temos assistido na internet e em outras plataformas. Os argumentos dos desagregados geralmente são:

 

1) “D’US não habita em templos feitos por mãos de homens (At 7:48), por isso eu congrego em casa e não em templos” Ora, esse argumento chega a ser cômico, afinal, se o problema do templo é que ele foi construído por “mãos de homens”, por que então o desigrejado congrega em casa? A sua casa porventura teria sido construída pelo anjo Gabriel em vez de um pedreiro humano? Realmente não faz sentido. Mas, para não ficar só na falta de lógica, vamos entender o que quer dizer At 7:48. Segundo D. A. CARSON (2014, 710-711)16, o versículo não tem o objetivo de reprovar a construção de um templo, mas de ressaltar a grandeza de D’US em detrimento aos outros deuses cuja ação está ligada a questões locativas e geográficas, enquanto nosso D’US é maior do que o templo em si, sendo um D’US onipresente e não templo presente, até mesmo porque o povo de Israel tinha um Templo que o próprio D’US apoiou e ordenou a sua construção (1 Cr 22:10; 28:6), vejamos nas palavras de Carson:

 

“A ordem das palavras dá ênfase ao “Altíssimo”, em comparação com outras divindades cultuadas no mundo antigo. Esse título de Deus (usado especialmente por Lucas; mas tb. Mc 5.7; Hb 7.1) reflete o uso veterotestamentário de Gênesis 14.18 em diante. O título não é usado nesse contexto no AT, mas é apropriado para descrever Deus, que é transcendente e não pode ser confinado a uma construção humana.”

 

2) “Nem Jesus e nem os Apóstolos nunca mandaram construir templos, os pastores que fazem isso estão errados, porque a bíblia manda “perseverar na doutrina de Cristo e dos Apóstolos” (At 2:42)”. Bem, esse argumento carece de conhecimento bíblico, pois temos algumas situações que nos ajudam a entender que Jesus já tinha um organismo vivo, ativo e organizado para resolver as questões da comunidade cristã, e a este organismo Jesus chama de “ekklesia” (igreja), vejamos:  “E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a igreja, considera-o como um gentio e publicano.” (Mt 18:17 ACF)  Esta igreja para muitos eram as casas dos próprios adeptos da fé, o que é justo pensar assim, afinal, a igreja era algo bem embrionário no sentido sócio-econômico, e ainda não tinha a liberação de Roma para comprar um espaço, pagar impostos e funcionar como um templo atual funciona hoje com CNPJ. Com isso, algumas pessoas intuem erradamente que Jesus e os Apóstolos eram contra o Templo, mas não é isso que vemos nas Escrituras. Jesus ensinou nas sinagogas (Templo) em: Mt 4:23 Mt 9:35 Mt 12:9 Mt 13:54 Mc 1:31 Mc 1:39 Mc 3:1 Mc 6:2 Lc 4:15 Lc 4:20

 A mulher pecadora que derramou o nardo em Cristo (Mt 26:7-13), poderia ter pensado assim: Jamais irei no culto de Jesus na Casa de Simão, o fariseu; pois certamente Simão vai me matar por apedrejamento. Mas ela pensou assim: Eu vou no culto POR CAUSA DE JESUS, vou chorar nos seus pés (me arrepender),


 Ora, Jesus era contra o pecado, e por isso nunca se aproximou dele, Jesus era contra a hipocrisia, e por isso não fazia amizade com gente hipócrita, se Jesus fosse contra o Templo ele jamais teria pregado tantas vezes dentro do Templo. Assim como Jesus jamais teria utilizado o texto de Mt 16:18 e 18:17 para falar de “pedra”, “edificação” e “levar para a igreja”, termos que tratam diretamente de construção de um espaço organizado para fazer assembleias com objetivo de resoluções relacionais.

 3) “Não existia templos na época de Jesus e dos apóstolos, por isso não deve ter templos em nossos dias” As vezes um sentimento de mágoa pode e muito prejudicar a nossa capacidade de cognição, a ponto de alguém que, mesmo conhecendo a bíblia e já tendo apoiado a congregação um dia, dizer que não existia IGREJA na época de Jesus e os apóstolos, sendo que JOÃO escreve 7 cartas para

7 IGREJAS COM LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA ESPECÍFICA:

Em busca de um DESIGREJADO que não tinha tido problema com a liderança 

1: Éfeso (Ap 2:1)

2: Esmirna (Ap 2:8)

3: Pérgamo (Ap 2:12)

4: Tiatira (Ap 2:18)

5: Sardes (Ap 3:1)

6: Filadélfia (Ap 3:7)

7: Laodicéia (Ap 3:14)

 Paulo escreveu 13 cartas que são divididas em: - 7 IGREJAS: Roma, Corinto (2 cartas), Galácia (aqui tem 3 igrejas: Listra, Derbe e Icônio), Éfeso, Filipos, Colosso, Tessalônica (2 cartas). - 3 PESSOAIS: Timóteo (2 cartas), Tito e Filemon.

Certo dia perguntaram ao filho prodigo:

"Por que você continua dentro de casa, se seu irmão te rejeitou"?

o filho prodigo respondeu: "Porque meu pai me aceitou e me honrou, a aceitação do meu irmão é só questão dele se consertar com meu pai"!

você deve permanecer na casa porque seu pai te aceita e não porque seu irmão te rejeita... volte para casa de seu pai ELE TE AMA!.

ARTIGO ENVIADO POR DC. RAFAEL PESSANHA