Introdução: Nesta passagem das Escrituras, encontramos os
discípulos de nosso Senhor presos nas garras de uma tempestade feroz. Eles se
envolveram nessa tempestade por terem sido ordenados pelo Senhor para atravessar
o Mar da Galileia. Esses homens estavam na vontade do Senhor e, no entanto, nós
os vemos lutando contra a tempestade. Por mais que tentassem, no entanto,
parece que eles eram incapazes de fazer qualquer progresso. O vento era
contrário. Estes 12 homens estavam presos em uma tempestade e eram incapazes de
sair. Enquanto vemos tudo de maneira
limitada Deus vê o todo, nós vemos um barco no meio de uma tempestade, Deus vê
homens aprendendo a dominar o medo e confiar em Seu poder. Deus usa situações difíceis
para nos ensinar a caminhar neste mundo. As tempestades da vida não
anulam a bondade de Deus. Não haveria o arco-íris sem a tempestade, nem o dom
das lágrimas sem a dor. Só conseguimos enxergar a majestade dos montes quando
estamos no vale. Só enxergamos o brilho das estrelas quando a noite está
trevosa. É das profundezas da nossa angústia que nos erguemos para as maiores
conquistas da vida. Os discípulos de Jesus andavam com Jesus, mas, não
conheciam quem ele era. “Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem? ”
a) Tem
muitos crentes que estão na igreja, mas, nunca se converteram;
b) Tem
muita gente na igreja, que nunca teve uma experiência com Deus;
c) Tem
muita gente na igreja que aceitaram a Jesus, mas, nunca se converteram;
d) Os
discípulos ainda não conheciam quem era Jesus; e como assustados perguntaram:
Quem é este?
e) Quem é
Jesus para você?
William
Hendriksen, analisando este texto, diz que podemos sintetizá-lo em seis pontos
básicos:
1. Uma
noite a bordo;
2. Uma
tempestade furiosa;
3. Um
clamor desesperado;
4. Um
milagre impressionante;
5. Uma
reprovação amorosa;
6. Um
efeito profundo.
I.
COMO
SÃO AS TEMPESTADES DA VIDA
Em primeiro lugar, as tempestades da
vida são inesperadas. William Barclay diz que o Mar da Galiléia era famoso por
suas tempestades. É um lago de águas doces, de 21 quilômetros de comprimento
por 14 de largura, há 220 metros a baixo do nível do Mar Mediterrâneo e é
cercado de montanhas por três lados, que têm até 300 metros de altura. Os
ventos gelados do Monte Hermon 2.790m, coberto de neve durante todo o ano,
algumas vezes, descem com fúria dessa região alcantilada e sopram com
violência, encurralados pelos montes, caindo sobre o lago, encrespando as ondas
e provocando terríveis tempestades. Mt. 24:7. As tempestades da vida são também
inesperadas: é um acidente, uma enfermidade, uma crise no casamento, um
desemprego. As tempestades não mandam telegrama. As aflições e as tempestades
da vida fazem parte da jornada de todo cristão.
Em segundo lugar, as
tempestades da vida são perigosas. Mateus diz que o barco era varrido pelas
ondas Mt. 8:24. Marcos diz que se levantou grande temporal de vento, e as ondas
se arremessavam contra o barco, de modo que o mesmo já estava a encher-se de
água Mc. 4:37. Lucas diz que sobreveio uma tempestade de vento no lago,
correndo eles o perigo de soçobrar Lc. 8:23. As tempestades da vida também são
ameaçadoras. Elas são perigosas. São verdadeiros abalos sísmicos e terremotos
na nossa vida.
Em terceiro lugar, As
tempestades da vida são inadiministráveis. Elas são maiores do que nossas
forças. Os discípulos se esforçaram para contornar o problema, para saírem
ilesos da tempestade. Mas eles nada puderam fazer para enfrentar a fúria do
vento. Seus esforços não puderam vencer o problema. Eles precisaram clamar a
Jesus. Certa feita, Josafá, rei de Judá, foi encurralado por três inimigos que
se armaram até os dentes para atacar Jerusalém. Mandaram-lhe um recado
insolente, dizendo que o rei não podia escapar de suas mãos. Josafá teve medo,
pôs-se a buscar a Deus e decretou um jejum em toda a nação. Então, Josafá orou
e disse: “Ó Deus não há em nós força para resistirmos a essa grande multidão
que vem contra nós e não sabemos o que fazer, mas os nossos olhos estão postos
em ti” IICr 20.12.
Em
quarto lugar, As tempestades da vida são surpreendentes. Elas podem
transformar cenários domésticos em lugares ameaçadores. O Mar da Galiléia era
um lugar muito conhecido daqueles discípulos. Alguns deles eram pescadores
profissionais e conheciam cada palmo daquele lago. Muitas vezes eles cruzaram
aquele mar lançando suas redes. Ali era o lugar do seu ganha pão. Mas agora,
estão em apuros. Ainda hoje, há momentos em que as crises maiores que
enfrentamos nos vêm daqueles lugares onde sentíamo-nos mais seguros.
II. OS CONFLITOS QUE ENFRENTAMOS NAS
TEMPESTADES DA VIDA
1.
Como
conciliar a obediência a Cristo com a tempestade Mc. 4.35.
A. Os
discípulos entraram no barco por ordem expressa de Jesus e mesmo assim,
enfrentaram a tempestade.
B. Eles
estavam no centro da vontade de Deus e ainda enfrentaram ventos contrários.
C. Eles
estavam onde Jesus os mandou estar, fazendo o que Jesus os mandou fazer, indo
para onde Jesus os mandou ir e mesmo assim, enfrentaram uma terrível borrasca.
D. Você
tem sofrido oposição e perseguição por ser fiel a Deus. Tem perdido
oportunidade de negócios por não transigir. Tem perdido concorrências em seus
negócios por não dar propina.
2. Como conciliar a tempestade com a presença
de Jesus 4.35, 36. O fato de Jesus estar conosco não nos poupa de certas
tempestades.
A. Ser
cristão não é viver numa redoma de vidro, numa estufa espiritual. O céu não é
aqui.
B. Jesus
foi a uma festa de casamento e mesmo ele estando lá, faltou vinho. Um crente
que anda com Jesus pode e muitas vezes enfrenta também terríveis tempestades.
C. A
tempestade ajudou os discípulos a entenderem que podemos confiar em Jesus nas
tempestades da vida.
3. Como conciliar a tempestade com o sono de
Jesus. Talvez o maior drama dos discípulos não foi a tempestade, mas o fato de
Jesus estar dormindo durante a tempestade.
A. Na
hora do maior aperto dos discípulos, Jesus estava dormindo.
B. Às vezes, temos a sensação de que Deus está
dormindo. O Salmo 73 fala sobre o sono de Deus. Aquele que não dormita nem
dorme, às vezes, parece não estar atento aos dramas da nossa vida e isso gera
uma grande angústia em nossa alma.
III. AS GRANDES PERGUNTAS FEITAS NAS
TEMPESTADES DA VIDA
1. Mestre, não te importa que pereçamos
Mc.4.38
Em tempos de doença, perigo de morte,
desastres naturais, catástrofes, terremotos, guerras, comoção social, tragédias
humanas, explode do nosso peito este mesmo grito de medo e dor: “Mestre, não te
importa que pereçamos? ” Mc 4.38. Mateus
registra: “Senhor, salva-nos!” Mt.8.25. Lucas diz: “Mestre, Mestre estamos perecendo!
” Lc .8.24.
Quantas
vezes, nas tempestades avassaladoras da vida também encharcamos a nossa alma de
medo. Não há Deus como o nosso que trabalha para aqueles que nele esperam. Ele
trabalha no turno da noite preparando algo melhor e maior para a nossa vida.
Quando ele permite a tempestade é porque está desejoso de nos ensinar profundas
lições de vida.
2. Por que sois assim tímidos. Por que não
tendes fé Mc.4.40
A. Em
primeiro lugar, a promessa de Jesus Mc.4:35. Jesus havia empenhado sua palavra
a eles: “passemos para a outra margem”.
B. O
destino deles não era o naufrágio, mas a outra margem.
C. O
Senhor vela pela sua palavra para fazer cumprir. Quando ele fala, ele cumpre.
D. Promessa
e realidade é a mesma coisa. A Palavra de Jesus, as promessas de Jesus não
podem ser frustradas. São planos perfeitos. Pode passar o céu e a terra, mas as
palavras do Senhor não passarão.
E. Para
ele não há impossíveis. Ele caminha sobre as ondas. Ele põe termo à guerra. Ele
salva o perdido, cura o enfermo, levanta o caído e faz novas todas.
F. Em
segundo lugar, a presença de Jesus Mc.4.36. É a presença de Jesus que nos livra
do temor.
G. Davi diz que ainda que andasse pelo vale da
sombra da morte não temeria mal algum Sl.23.4. Não porque o vale seria um
caminho seguro. Não porque a circunstância era fácil de enfrentar, mas porque a
presença de Deus era o seu amparo. A presença de Deus nas tempestades é nossa
âncora e nosso porto seguro.
H. Quando
precisássemos cruzar os rios caudalosos eles não nos submergiriam. Quando
tivéssemos que entrar nas fornalhas acesas da perseguição e do sofrimento, a
chama não arderia em nós, porque Deus estaria conosco Is.43.1-3.
I.
Jesus disse aos seus discípulos: “Eis que
estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” Mt.28.20. Os
discípulos se entregaram ao medo porque esqueceram-se de que Jesus estava com
eles. O Rei do céu e da terra estava no mesmo barco e por isso, o barco não
podia afundar. O criador do vento e do mar está conosco, não precisamos ter
medo das tempestades.
4.
Quem é
este que até o vento e o mar lhe obedecem Mc. 4.41
Vamos procurar saber então, quem vem a
ser este homem tão importante:
A. O
Próprio pai define “este é o meu filho amado, em quem me comprazo Mt.3.17”.
B. João
Batista, define: “Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo Jo.1.29”.
C. O
apostolo João define como o “advogado junto ao pai IJo.2.1”.
D. Enfim,
toda a Bíblia fala desse homem tão especial.
Conclusão: Jesus é perfeitamente Deus Mc.4.39. Ele é o criador, sustentador e o interventor na natureza. O vento ouve a sua voz. O mar se acalma quando ele fala. Todo o universo se curva diante da sua autoridade. Ele é o verdadeiro Deus. É ele quem livra o seu povo e acalma as nossas tempestades. É ele quem acalma os terremotos da nossa alma. Antes eles estavam amedrontados pelo vento, agora estão cheios de temor pelo Senhor do vento. Agora eles estão cheios de temor e admiração diante do poder de Jesus. A quem você teme: as circunstâncias ou o Senhor das circunstâncias?