Introdução A I
Epístola aos Tessalonicenses foi escrita por Paulo, quando a igreja daquela
localidade tinha dificuldade para compreender a natureza do arrebatamento, e da
ressurreição dos salvos. A maioria dos membros da igreja de Tessalônica havia
se convertido da idolatria. O apostolo queria expressar sua alegria pela
firmeza deles, encoraja-los em meio aos sofrimentos, instrui-los no caminho da
santidade, corrigir os conceitos errados sobre a volta do Senhor. A
passagem de I Ts. 4.13-18 é bastante esclarecedora, e nos ajuda a compreender a
sequência e objetivo desse acontecimento. Nesta lição faremos uma análise desse
texto, destacando seu significado e propósito, não apenas para a igreja daquela
comunidade, mas também para os crentes atuais.
1. RESSURREIÇÃO
DOS SALVOS Existe
alguns aspectos que envolvem o arrebatamento da igreja, o principal deles será
a ressurreição dos salvos. Isso significa que os crentes que morreram em
Cristo, na ocasião do arrebatamento, ressuscitarão primeiro. Essa verdade
bíblica está em consonância com I Co. 15.23,24, na qual o Apóstolo discorre
sobre esse evento escatológico. Essa doutrina revela que há uma unidade entre
os crentes vivos e aqueles que partiram com Cristo. Esse esclarecimento se fez
necessário porque os crentes de Tessalônica tinham dúvidas em relação a esse
episódio. Ao que tudo indica, alguns deles estavam desesperados, pois não
sabiam o que acontecia depois da morte. Paulo explica: “Nós, os vivos, os que
ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem” I Ts.
4.15. A palavra “preceder” em grego é phthasõmen é acompanhada de um duplo
negativo, a fim de demonstrar ênfase. Em relação ao futuro, o Apóstolo também é
enfático: os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro v. 16. Em relação à
ressurreição, faz-se necessário esclarecer que Cristo é a primícia daqueles que
haverão de ressuscitar; cujo acontecimento pleno se dará no arrebatamento da
igreja. Mas existe ainda outra ressurreição, a do restante da humanidade, para
juízo eterno Dn. 12.2; Jo. 5.28,29; Ap. 20.5. Os santos que morreram em Cristo
aguardam ainda a ressurreição, isso quer dizer, então, que eles esperam a
glorificação do corpo, quando o que é corruptível se revestirá da
incorruptibilidade I Co. 15.51-55. Nem todos nós morreremos! Mas todos seremos
transformados! Para o crente a morte não tem nada de aterrorizante, mas é um
ganho, porque o crente estará com o Senhor Fp. 2.21-23. Contudo, os crentes que
estiverem vivos quando Cristo voltar não experimentará a morte.
2. ARREBATAMENTO
DA IGREJA Por
ocasião do arrebatamento (gr. Harpazo) os crentes, tanto os vivos quanto
aqueles que ressuscitarão, receberão um novo corpo glorificado. O objetivo,
daqueles que vivem e dos que morreram, é será encontrar com o Senhor nos ares,
e estar para sempre com Ele I Ts. 4.17. por causa da promessa do arrebatamento,
os que creem não sofrerão a ira do Senhor 1Ts. 5.1-11. Enquanto isso, eles
podem sofrer a ira dos homens e de satanás. Portanto nestes últimos dias é
necessário estarem vigilantes para que não sejam encontrados no mesmo estupor
em que os incrédulos estão vivendo. Enquanto esperam e viam, eles devem
edificar uns aos outros, repeitar os anciãos, e permanecer inculpáveis perante
Deus e o mundo 1Ts. 5.12-22. Acontecerá, nessa oportunidade, uma
transformação allassõ, ou seja, os crentes assumirão uma nova posição. Em
relação ao novo corpo, Paulo explica que terá uma mudança em conformidade com o
de Cristo ressuscitado Fp. 3.21; I Jo. 3.2. Nas limitações do corpo presente,
gememos em nosso íntimo, aguardando a redenção Rm. 8.23, o dia em que não mais
passaremos por dores, as doenças e enfermidades não mais nos alcançarão. O
arrebatamento tem um significado especial para os crentes, porque depois de
celebrarmos nos ares as Bodas do Cordeiro, eles seguirão para a casa do Pai Jo.
14.2,3; I Ts. 3.13. Essa também será um ato divino de livramento, considerando
que os crentes arrebatados não passarão pela tribulação, serão livres da ira
vindoura I Ts. 1.9,10. Com Cristo assumiremos a cidadania do céu em Sua plenitude,
por isso esperamos com ansiedade o dia no qual a trombeta soará. Com Paulo,
aguardamos até que esse dia aconteça, e passemos a desfrutar das glórias que
para nós foram reservadas Tt. 2.13.
Diante do
exposto o Arrebatamento abrange apenas os salvos em Cristo:
I. Instantes antes do Arrebatamento,
ao descer Cristo do Céu para buscar a sua igreja, ocorrerá a ressurreição dos
que morreram em Cristo 1Ts. 4.16, não se trata da mesma ressureição referida em
Ap. 20.4 a qual somente ocorrerá depois de Cristo voltar à terra , julgar os
ímpios e prender Satanás Ap.19.11 -20.3 A ressurreição de Ap. 20.4 tem a
ver com os mártires da tribulação e possivelmente com os santos do AT Ap. 20.6;
II. Ao mesmo tempo em que ocorre a
ressurreição dos mortos em Cristo, os crentes vivos serão transformados; seus
corpos se revestirão de imortalidade 1Co. 15.51,53 Isso acontecerá num instante
“num abrir e fechar de olhos” 1Co. 15.52;
III. Tanto os crentes ressurretos
como os que acabaram de serem transformados serão arrebatados 1Ts. 4.16 para
encontra-se com o Senhor nos are, ou seja: na atmosfera entre a terra e o céu;
IV.
Estarão literalmente unidos com Cristo 1Ts. 4.16,17, levados para casa do pai
no céu Jo. 14.2,3 e reunidos aos queridos que tinham morrido 1Ts. 4.13 -18;
V.
Estarão livres de todas as aflições 2 Co. 5.2,4; Fp. 3.21de toda perseguição e
aflição Ap. 3.10 de todo domínio do pecado e da morte;
VI.
A esperança de que nosso Salvador logo voltará para nos tirar do mundo, a fim
de estarmos sempre com o Senhor, é a bem – aventurada esperança de todos os
redimidos Tt. 2.13 é fonte principal de consolo para todo crente 1Ts. 4.18;
5.10
VII.
Paulo emprega o pronome nós em 1Ts. 4.17 por saber que a volta do Senhor podia
acontecer naquele período e comunica aos Tessalonicenses essa mesma esperança.
A Bíblia insiste que anelemos e esperemos e confiadamente a volta do nosso
Senhor Rm. 13.11. 1 Co. 15.51,52;
VIII.
Quem está na igreja, mas não abandona o pecado e o mal, sendo assim infiel a
Cristo, será deixado aqui no arrebatamento, os tais ficarão neste mundo e farão
parte da igreja apostata Ap.17.1 sujeitos a ira de Deus;
IX.
Depois do arrebatamento virá o dia do Senhor, um tempo de sofrimento e ira
sobres os ímpios 1Ts. 5.2-10.
3. CONSOLO
PARA OS CRENTES A
mensagem do arrebatamento não deve ter como objetivo central assustar os
crentes, amedrontando-os. Antes, deve alimentar nossa esperança, na certeza de
que quando a trombeta soar estará voltando para casa. Jesus consolou os
discípulos, justamente no momento em mais precisavam, quando o Senhor se
despedia deles. Para que não se entristecessem, prometeu voltar para leva-los
para junto deles, e a presença gratificante do Consolador Jo. 14. O coração do crente
não deve ficar perturbado diante das vicissitudes da vida, antes devemos
descansar nos cuidados do Senhor. A presença dEle, e do Seu Espírito, nos traz
consolo na situações adversas. Ao que tudo indica esse também era o problema
dos crentes de Tessalônica, por causa da ignorância escatológica, ficaram
angustiados, sobretudo diante da morte. Mas nós sabemos que a morte não é o
fim, nem mesmo para aqueles que já partiram, pois temos a convicção, pela
Palavra do Senhor, que os mortos em Cristo ressuscitarão, e os que estiverem
vivos serão transformados I Ts. 4.15,17. Diante dos momentos difíceis, não
devemos ficar com o coração conturbado, pois estamos firmados em uma bendita
esperança, que é o fundamento da nossa alegria I Ts. 2.19. Paulo em enfático em
sua admoestação aos crentes: “Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas
palavras” I Ts. 4.18.
Conclusão O
arrebatamento, o translado dos crentes que pode acontecer a qualquer momento, é
a bendita esperança da igreja. Diante de um mundo marcado pelo desespero,
devemos consolar uns aos outros com as Palavras de Cristo, que ressoam no
evangelho, e com a revelação dada a Paulo, a respeito desse evento
escatológico. A igreja de Cristo não teme o arrebatamento, antes purifica a si
mesma I Jo. 3.3, assim como Ele é puro, e aprendeu a amar a vinda do Senhor
para arrebatá-la II Tm. 4.8, que lhe traz consolo I Ts. 4.18.
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