sábado, 29 de agosto de 2020

O CUIDADO DE DEUS COM O SEU POVO SL.124

Introdução: O rei Davi, autor do Salmo 124, conhecia bem os benefícios de Deus não dormir ou se ausentar. Afinal, ele havia testemunhado o cuidado presente do Senhor junto aos seus. Este salmo foi composto para louvar a Deus e lhe render graças por causa de uma libertação notável que se processou diante da presença do Senhor com seu povo. É bem provável que o salmo tenha sido escrito logo após a libertação, quando o medo e a alegria que Israel sentiu ainda estavam na memória. Como conhecemos a autoria do cântico, podemos tentar identificar o contexto histórico. Davi, como rei, atravessou duas crises graves: o ataque dos filisteus, assim que ele assumiu o trono de Israel IISm 5.17-25, e o golpe de Estado de Absalão IISm 15—18. Olhando para trás, para tudo que passaram e para o modo como o Senhor os protegeu, Davi chega a três conclusões do fato de Deus se colocar ao lado dos seus servos.

1.    A PRIMEIRA É O QUE ACONTECERIA SEM DEUS ESTAR AO LADO SL.124.1-5.

a)   O ímpio teria engolido Israel Sl.124.1-3;

b)   As aguas teria afogado Israel Sl.124.4,5;

c)    “Se não fosse o Senhor, que esteve conosco”. “Que Israel o diga! ” Emoções florescem e o salmista não pode contê-las, deixando que transpareçam nessa interrupção da frase. A seguir, no acréscimo veloz de figurações da libertação, umas sobre as outras, produz uma frase maior e mais rica que o normal. Ele retoma e completa a ideia inicial lhe dando o contexto v.2: “Se não fosse o Senhor, que esteve conosco, quando os homens se levantaram contra nós” Não há dificuldade em notar nessa frase a marcha de um exército estrangeiro para abater Israel. É sobre isso que o salmista diz: “Se não fosse o Senhor”. Trata-se de um inimigo poderoso que eles não podiam conter sem o auxílio divino.

Davi também compara a força letal dos opressores a uma forte correnteza que arrasta, afunda e afoga suas vítimas v.4: “As águas já teriam nos afundado, a correnteza teria passado sobre a nossa alma”. Se a total impossibilidade de sobreviver a essa torrente ainda não ficou clara aos ouvintes, o salmista repete a ideia de modo mais dramático v.5: “Águas revoltas já teriam passado sobre a nossa alma”. A palavra traduzida aqui como “revolta” quer também dizer “espumejante”, descrevendo a aparência que tem a água que desce corredeiras íngremes em um leito pedregoso — águas mortais! Com isso, o que o salmista proclama a todos é que a morte do povo e a destruição de Israel eram certas se o Senhor não tivesse impedido o inimigo. É isso que aconteceria sem Deus estar ao lado do seu povo.

2.    A SEGUNDA É O QUE ACONTECEU POR DEUS ESTAR AO LADO vv.6,7.

a)   Davi, aqui, para de falar “e se” e passa a relatar os fatos: Israel foi poupado pela ação libertadora de Deus. Por isso, ele louva seu salvador v.6: “Bendito é o Senhor que não nos entregou como presa para os seus dentes”.

b)   Todos os planos dos inimigos foram frustrados Sl.124.6;

c)    Deus salvou o seu povo Sl.124.7a;

d)   Quebrou o laço Sl.124.7b;

e)   E livrou o seu povo Sl.124.7c.

3.    A TERCEIRA E ÚLTIMA CONCLUSÃO É O QUE SIGNIFICA DEUS ESTAR AO LADO v.8. O rei Davi encerra o salmo com uma declaração de confiança que não se restringia à situação militar dos seus dias. Na verdade, ele pensa em Deus não somente como quem os preservou do ataque inimigo, mas como aquele que o faz sempre v.8a: “A nossa proteção está no nome do Senhor”. Ao falar do “nome do Senhor”, sua intenção não é produzir uma ideia de que frases que contenham o nome de Deus conferem poder às pessoas, assim como imaginavam os pagãos. Na verdade, essa expressão aponta para a glória do Senhor e para sua fama por tudo que ele é e faz. O significado disso é que a proteção vem do próprio Deus e não do uso do seu nome pelos homens. E para mostrar isso, Davi descreve quem é o Senhor v.8b: “O criador dos céus e da Terra”. Ser criador do universo é o maior testemunho bíblico do poder e da majestade do Senhor. Quando Davi lhe chama protetor, ele pensa no portador do maior poder que existe. E não apenas isso, mas também do conhecimento ilimitado, da sabedoria para fazer tudo do melhor modo possível e do amor que dá ao homem uma condição que ele não merece. Portanto, a presença de Deus é o que determina o final de cada situação. Para o salmista, ter Deus ao lado significa que seus servos podem descansar em paz, sabendo que ninguém é mais poderoso que o nosso Senhor e que tudo que acontece vem das mãos do soberano e sábio criador.

Conclusão: Quantas coisas Deus já fez por nós? De quantos males ele nos livrou? De quantos perigos nos protegeu? E quantas lições já tivemos sobre o que significa ter Deus ao nosso lado? A primeira conclusão é que não podemos de modo algum querer andar longe de Deus. O desenvolvimento da vida cristã, da fidelidade, da santidade, do amor e do testemunho deve ser inerente à existência de todo crente, em toda parte. A segunda conclusão é que, mesmo em tempos em que o mundo se arma contra nós, tentando, inclusive, nos calar e perseguir por meio das leis e dos tribunais, nosso protetor é “o criador dos céus e da Terra”. Ainda que pareça que o fim da igreja está próximo, é do nosso Senhor, o fundador da igreja, que ouvimos: “Edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” Mt 16.18b. Durmamos em paz, sob o brilho da luz de Deus!

 

 


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